Serviços de segurança privada e proteção patrimonial são cada vez mais utilizados no Brasil. Porém, executar esse tipo de tarefa requer conhecimento, preparo e cumprimento de exigências legais, que garantam a efetividade do trabalho.
Algumas empresas, não autorizadas pela Polícia Federal, por meio da Lei nº 7.102/83, oferecem segurança clandestina, prestando um desserviço aos seus contratantes, que permanecem em risco.
Isso acontece porque os profissionais que atuam na segurança clandestina não são devidamente treinados e equipados para desenvolver a função de proteger pessoas e patrimônios.
De acordo com a Federação Nacional das Empresas de Segurança e Transporte de Valores (Femavist), atualmente, 4.500 empresas clandestinas empregam 600 mil vigilantes no Brasil. Já o número de empresas e vigilantes formalizados é de, respectivamente, 1.600 e 500 mil.
Além disso, existem vigilantes autônomos não autorizados pela lei, que exige que todos estejam associados a uma empresa, mesmo policiais.
Continue lendo nosso artigo e entenda a importância de optar por um serviço legalizado.
Uma empresa de segurança legalizada é um investimento alto, uma vez que tem gastos com impostos, encargos, produtos, remuneração de vigilantes, além do próprio lucro e custos operacionais.
Por isso, muitas pessoas ainda acreditam que vale a pena contratar segurança clandestina, que chega a custar 30% do valor do mercado, segundo o blog Vigilância e Segurança.
Porém, muitas vezes o barato sai caro. Isso porque empresas que ofertam serviços de segurança clandestina podem trazer uma série de problemas para quem as contrata. Um deles é não oferecer garantia de que realmente proporcionará a proteção necessária.
Outro fator relevante é que, por atuarem às margens da lei, os vigilantes contratados de maneira clandestina não podem ser registrados como tal, o que aumenta a possibilidade de problemas trabalhistas.
Para piorar, empresas de segurança não autorizadas não contam com uma estrutura legal adequada. Sendo assim, no caso de processos trabalhistas, o contratante também é responsabilizado.
A falta de preparo dos vigilantes ainda pode ocasionar acidentes de trabalho que terão a pessoa que contratou como corresponsável.
Para não se expor a esse tipo de situação, é recomendado exigir a Carteira Nacional do Vigilante (CNV) ao contratar serviços de segurança.
Além da CNV, os profissionais responsáveis pela segurança devem ser vinculados a empresas autorizadas pela Polícia Federal, ter formação em cursos da área e registro no Departamento de Polícia Federal.
A Lei nº 7.102/83, regulamentada pelo Decreto nº 89.056/83 e Portaria nº 387/06, define as normas para o exercício da atividade de segurança e vigilância privada no Brasil.
Dessa forma, empresas de segurança clandestina são as que atuam fora da legalidade e muitas vezes contratam vigilantes sem condições técnicas para trabalharem armados.
Veja a seguir como essas empresas geralmente realizam suas contratações:
Em algumas empresas, que tem um objeto econômico diferente da vigilância ou transporte de valores, a segurança fica por conta do quadro de funcionários.
De acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Segurança e Vigilância (Abrevis), a atuação nesses casos é chamada de segurança própria ou orgânica e também requer autorização da Polícia Federal.
Se a empresa não for autorizada a desempenhar essa tarefa e o fizer, será considerada irregular ou clandestina e responderá por eventuais problemas provocados pelos seus colaboradores.
Empresas de segurança privada podem atuar em transporte de valores, escolta armada — para transportar carga ou valores, segurança pessoal e vigilância patrimonial — que tem o objetivo de preservar o patrimônio público ou privado. Também podem ministrar cursos para instruir vigilantes.
Mas fique atento: além de ser uma empresa legalizada, ela deve ser regular, caso contrário contratantes e contratada podem ter que lidar com penalidades estabelecidas pela lei. Ambos ficam sujeitos a responder criminalmente pelo mau uso de armas brancas ou de fogo em decorrência do serviço prestado.
Sendo assim, é necessário constatar se a empresa trabalha com documentos dentro do prazo e se cumpre obrigações como recolhimento de contribuições fiscais e trabalhistas.
Para saber se está tudo certo nesse sentido, é necessário verificar os seguintes documentos:
Na hora de escolher uma empresa para prestar serviços de segurança, você pode ainda visitar a organização e a academia de formação dos vigilantes, conhecendo assim os métodos de treinamento utilizados.
Também é possível pedir para conferir o plano de segurança da instituição, que deve especificar o número adequado de vigilantes e quais os dispositivos de segurança indicados de acordo com a demanda.
Outra alternativa é pedir informações na Delegacia de Segurança Privada de São Paulo (Delesp) ou nas comissões de vistoria da Polícia Federal.